Eu estou com dezasseis anos (e meio) mal feitos, mas parece que vivo num corpo (e cabeça) de sessenta. Não me estou a chamar "crescida", como ainda o outro me disse hoje, estou-me a chamar velha. Velha porque parece que me arrancaram o coração e puseram lá uma pedra em vez dele. Mas uma pedra de cinco quilos... sem abusar. Porque pesa. Oh, e como pesa...! Não sei se me consigo fazer entender... mas a vida já não tem o mesmo sabor. E este 2007 não é nada do que prometeu. Ainda só tive um dia, repito, um dia (plenamente) feliz neste mês de Janeiro. Foi no dia 4. Os interessados e responsáveis que se lembrem do porquê. O resto tem sido com "batatas" nos olhos, com saudades, muitas saudades, ou com raiva/ciúme/desilusão/wtv. E desde já digo... não tem piada nenhuma viver assim. E depois é nestas alturas que aparecem os reais amigos. E que amigos! Se não fossem eles eu já tinha caído. (Okay, mais ainda.) Mas que se pode fazer? Nada, claro. É deixar o tempo passar, mais nada. Dizem que o tempo cura tudo, não é? Então pronto, espera-se. Mas por quanto tempo? E quando o coração grita: "não aguento maaaaaaais!!!", o que é que eu faço? Arranco-o e meto lá a pedra? Secalhar era melhor. Mas é com as cabeçadas que se aprende. E eu daqui aprendi que a conjunção do sentimento amor com o sexo masculino... não vale a pena. Porque nós, gajas, acabamos sempre a sofrer. Lá está, falo de gajas apaixonadas, tontinhas, que dão o mundo e o outro para ver o paspalho sorrir. E passado um tempo, vem o paspalho, ri-se, usa e abusa de ti mais uma última e mais outra vez, e abandona o barco. Tão típico e certo como dois mais dois serem quatro. Mas não faz mal. Tu, agora, como gaja (e) sofredora nata que és, aguentas a tua, calada, choras um bocado, esperneias outro tanto, e passa. Eu já chorei e já esperneei tudo o que tinha para chorar e espernear. Julgo eu.
Tuesday, January 30, 2007
Friday, January 26, 2007
Thursday, January 25, 2007
Wednesday, January 24, 2007
Tuesday, January 23, 2007
Sunday, January 21, 2007
Saturday, January 20, 2007
Friday, January 19, 2007
Wednesday, January 17, 2007
«Se de saudade
morrerei ou não,
meus olhos dirão
de mim a verdade.
Por eles me atrevo
a lançar as águas
que mostrem as mágoas
que nesta alma levo.
As águas que em vão
me fazem chorar,
se elas são do marestas d'amar são.
Por elas relevo
todas minhas mágoas;
que, se força d'águas
me leva, eu as levo.
Todas me entristecem,
todas são salgadas;
porém as choradas
doces me parecem.
Correi, doces águas,
que, se em vós m'enlevo,
não doem as mágoas
que no peito levo!»
que no peito levo!»
Luís de Camões
Monday, January 08, 2007
Agora deu para me faltar aquele alento para cada novo dia. Estes agora são meio pesados, meio cinzentos. Não há aquela razão de ou para sorrir. Ou talvez até haja, eu é que ando tão cega que nem sequer a vejo. E aborreço-me facilmente das coisas, das situações. E até das pessoas. Mas eu sempre me aborreci facilmente das pessoas. Aliás, não de todas, mas daquelas pessoas não-click. Hoje as pessoas não-click irritaram-me ainda mais. E mais e mais. E eu hoje até que gritei com algumas. As outras pura e simplesmente as ignorei, assim como me ignoras tu e aquele e mais outro. Mas tu ignoras demais. Sempre mais. Mas eu não quero falar de ti. Talvez seja até por tua casa que eu não tenho mais alento (de viver), e se assim é prefiro não falar de ti. E talvez seja como o outro diz, que escrever limpa a alma. Escrever ou falar? As duas. Mas como eu agora não tenho ninguém para falar, e talvez não me sinta bem a falar sobre estas coisas (uma vez que já tentei com o Marco e não deu resultado), escrevo. Porque o meu escrever é a minha forma de pensar e lidar com as situações. Não sempre, mas hoje é. Apenas porque me apetece. E escrevo e escrevo e volto a escrever. E porque sou mulher (serei?) e por mais forte que tente parecer esvaio-me em lágrimas nos dias mais tristes. Lágrimas essas que me ensopam os olhos sempre que eu preciso de ver mais nítido. E que caem em rebolão face abaixo, deixando-me depois com uns papos horrorosos por baixo dos olhos. Mas eu hoje não vou chorar. Ou pelo menos vou fazer por isso. E se repararem só damos o verdadeiro valor às coisas quando realmente as perdemos. E eu tenho por defeito fazer isso. Maldito defeito. E não há nada de me console hoje. É aquela típica sensação do "falta-me algo". Mas normalmente as pessoas sabem o "algo" que lhes falta, eu não sei o meu. Ou talvez até saiba perfeitamente, mas não o queira dizer. Porque lá está, tento parecer forte e tenho problemas de expressão. Tanto na fala como na escrita. Oh, mas eu pela escrita claro que conseguia dizer o que me falta. Mas não o vou fazer. Porque quem eu realmente quero que venha cá ler estas porcarias que eu escrevo, nunca vem. Logo eu não vou estar a escrever para quem não interessa. Não é que quem cá vem não interesse, porque há um ou dois que interessam (bastante). Não são é esses que me fazem sentir assim.
E isto é só mais um vomitado de um dia mau. Só isso.
Tuesday, January 02, 2007
Adorava eu poder dizer-te tudo aquilo que sinto quando penso em ti. Quando alguma coisa ou objecto faz o meu cérebro projectar a tua pequena imagem. É estranho, mas às vezes, quando penso em ti, ainda "apareces" de caracóis. E rio-me, com isto. Mexo um pouco a cabeça como que a ajustar as ideias e aí sim apareces tu, agora. Com o cabelo curto, quase sem caracóis, e de barba. Adoro a tua barba. Adoro tudo. Mas esse tudo por vezes vira nada. Nada esse que me magoa e me fere. Mas a vida é mesmo assim.
[Que seja o que Sananda quiser.]
Monday, January 01, 2007
«Quando se ama alguém tem-se sempre tempo para essa pessoa. E se ela não vem ter connosco, nós esperamos. O verbo esperar torna-se tão imperativo como o verbo respirar. A vida transforma-se numa estação de comboios e o vento anuncia-nos a chegada antes do alcance do olhar. O amor na espera ensina-nos a ver o futuro, a desejá-lo, a organizar tudo para que ele seja possível. (...) É mais fácil esperar do que desistir. É mais fácil desejar do que esquecer. É mais
fácil sonhar do que perder. E para quem vive a sonhar, é muito mais fácil viver.»
fácil sonhar do que perder. E para quem vive a sonhar, é muito mais fácil viver.»
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