Saturday, July 14, 2007

«Lisboa - dez. 30-905-24, madrugada. Durmo, julga ela... Não durmo. Escrevo. Não posso dormir. Ela dorme. É feliz? Sei lá...
A Vida... Ao inventá-la, a Natureza - Deus, O Criador, se preferem - lutou com a maior das dificuldades. Não a resolveu. Oh! não... não...
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Como se forma o indivíduo? Com o prazer... Fabricar vida é uma necessidade... deliciosa, viciosa portanto.
A Natureza compreendeu que ninguém faria vida se não fosse por interesse... para gozar... E faz-se a vida só por isso... por isso só.
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O filho, quando nasce, martiriza, tortura a mãe... mata-a muitas vezes... e não ri ao chegar ao mundo... Não ri... chora... grita...
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Eu vivo. Nunca fiz vida. Fui mais sensato, gozei apenas...
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Procriar é uma malvadez: é fazer desgraçados. É um crime matar, preceituam as leis. Crime muito maior é formar assassinos.
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O filho deve amaldiçoar os pais. Foram eles que o condenaram à existência... ao suplício eterno...
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Só há uma coisa pior do que a vida: é a morte.
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A morte era a recompensa da vida. Os homens que estragam tudo, estragaram também essa recompensa:
inventaram a alma, o inferno e o céu.
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A vida faz doer. E a morte?
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O amor, hei-de prová-lo. É sublime, não admite dúvidas. Elevar-me-ei acima de todos. Um génio? Um doido... um criminoso!!! Ah!... Ah!...
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Daqui a pouco tempo. A maior prova de amor... a maior prova de amor...»




Assusta? Ainda não viste nada!
A loucura... A loucura...

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